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Autor:
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José Lino Grunewald, Ruy Castro (org.)
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Editora:
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Companhia das Letras
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Páginas: | 288 | | Ano: | 2001 | | Temas: | História do Cinema, Cinema Mundial, Movimentos Estéticos, Sobre Filmes | | ISBN: | 8535901418 | |
Selecionados e organizados por Ruy Castro, amigo e discípulo de José Lino Grünewald (1931-2000), os artigos de "Um filme é um Filme" saíram na imprensa entre 1958 e 1970. Foram os anos mais agitados da história do cinema. Nunca tinha havido nada igual - e, até hoje, não houve de novo ... Godard, Resnais, Truffaut: o charme da Nouvelle Vague. Fellini e o escândalo de "A Doce Vida". Os "tempos mortos" de Antonioni. Cinema Novo: "Os Cafajestes" e "Deus e o diabo na Terra do Sol". Os Beatles explodem em "Os Reis do Iê-Iê-Iê". Kubrick faz "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Ir ao cinema parecia tão essencial e urgente quanto viver. Eram os anos 60. Afinados com seu tempo revolucionário, jovens cineastas de diferentes partes do mundo viraram o cinema de cabeça para baixo, propondo uma linguagem que nenhuma outra forma de expressão pudesse reproduzir. Um filme era um filme - não poderia ser outra coisa. (Sinopse: Editora)
SEU VOTO SOBRE ESTE LIVRO:
TRECHOS SELECIONADOS: ... Em A marca da maldade, sua última fita [Orson Welles], essa noção de síntese com os processos descritivos da narração torna-se novamente um paradigma. Toda a complexidade de elementos utilizados nessa obra-prima conduz a uma economia e objetividade máximas na presentificação do entrecho. Um elemento muito usado pelo realizador em Kane e Grilhões do passado, o flashback - chave para o processo de liberdade temporal - foi agora rejeitado. Em A marca da maldade, o ritmo formula-se em paralelo com a sucessão verídica dos acontecimentos, expostos na tela em tempo real. Contudo, não deixa de ocorrer a mesma fragmentação da linearidade em virtude de uma simultaneidade de ações - a câmera salta de um instante a outro para mostrar o que acontece com os três personagens principais: o inspetor Quinlan (Welles), o mexicano Vargas (Charlton Heston) e a esposa deste (Janet Leigh). Enquanto ela está sozinha e presa de angústia no motel isolado, à mercê dos planos da família Grandi, Vargas roda de parte a parte preocupado com os movimentos de Quinlan, que, por seu turno, trata de levar a cabo seu plano: anular o mexicano idealista que vem interferir em seu modo de agir, o qual garante sua posição mantida pela força e pela intransigência. (pág. ?)
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