Sinopse: | A partir de publicidades, fotos e imagens filmadas, o documentário nos introduz no clima da São Paulo dos anos 20. Apesar de seu aspecto pretensamente europeu, é ainda uma cidade provinciana. Mas a burguesia crescente já cultiva suas formas de lazer e, entre elas, o teatro, o cinema e a leitura das revistas de humor e caricatura, da crítica mordaz, da sátira política e de costumes. Nas páginas da Revista da Semana, e A Careta, entre outras, o nome do caricaturista Belmonte vai se firmando. Em 1925, na Folha da Noite, cria o personagem que iria consagrá-lo como o grande caricaturista paulista de sua época: Juca Pato. O filme acompanha a trajetória desse artista do lápis, marcando sempre a ligação do seu trabalho com os momentos históricos do seu tempo. Seguindo à risca a função social do caricaturista, espécie de bobo da corte, crítico gozador das podridões do reino, não poupou os políticos, as crises, a corrupção. Por isso mesmo foi perseguido pelas tesouras do Estado Novo. Já então seria um precursor das Receitas de Bolo ou Poemas de Camões dos tempos da ditadura militar, trocando suas charges censuradas por desenhos aparentemente sem sentido. Amante confesso de sua cidade, o filme reconstitui o último passeio que fez, já doente, pelas ruas de São Paulo, em 1947. Logo depois morria Belmonte. |